E assim, voltamos ao princípio…
Bebo chá verde com hortelã, por aqui são 07h40m, lá fora, nublado e frio. Agrada-me o inverno a chegar, acordar cedo, acender a salamandra cá em cima, e a lareira lá em baixo, na sala. Gosto desses momentos, em que todos dormem e apenas eu passeio pela casa, eu e os gatos, que me seguem por todo lado, com o seu miar matinal. Na cozinha, preparo um chá. abro as portas que dão para o pátio e espreito, sentindo o fresquinho da manhã tocar-me no rosto. Por esta altura, estou acompanhada pela minha Babushka, que muito relutantemente, caminha lá para fora, espreguiçando-se, bocejando, soltando um pequeno latido, quando termina o seu bocejo.
Hoje é domingo, dia 26 de novembro de 2023. Ultimamente, os domingos não têm sido muito divertidos. Talvez porque não me esforce o suficiente para que o sejam, ou talvez, estejamos todos a atravessar uma fase, em que, quando somos confrontados com o silencio e o sossego, com o facto, de não termos aquelas obrigações que durante a semana nos ocupam, talvez nestas alturas, fiquemos nostálgicos e voltemos ao princípio…
Voltar ao princípio, sonhar acordado, perguntando-me, se fosse possível voltar a trás no tempo, o que faria de diferente?
Faria alguma diferença? Será que não iria dar no mesmo?
Tenho pensado nisso, e de facto, chego à conclusão, que existe uma grande probabilidade, mesmo que alterando alguns pontos chave lá para trás, poderia correr o risco, de estar exatamente como estou, e onde estou, neste momento.
Penso que, por muitas voltas que fosse possível dar ao passado, este não alteraria o presente. Porque a vida é assim, não são apenas as nossas escolhas, mas as dos outros também. Para alterar-mos as nossas escolhas, teria-mos de alterar também, as escolhas dos outros. Ou não?
Impossível, e neste caso aplica-se esta palavra, impossível, estarmos desassociados, quer do meio que nos envolve, quer daqueles que nos rodeiam, e não só, diria até, que seja impossível, desassociarmo-nos do Universo e de tudo aquilo que possa existir para além dele.
Sou livre de fazer escolhas, mas sempre, baseando-me, no que, e em quem, no momento tenho em redor.
Aqui e agora, posso escolher por onde, e como desejo caminhar.
Começo por avaliar a minha condição actual e ver a partir daqui, como e por onde irei caminhar. O melhor, será sempre, evitarmos pensamentos derrotistas. Não vale a pena dar exemplos, porque nós conseguimos ser criativos em relação a eles, cada um de nós sabe muito bem como nos atingir, de forma a acabarmos com qualquer tentativa de reborn. Por isso, apenas darei exemplos de como irei tentar restaurar a minha vida, avançando com os pés bem assentes na terra.
Desta forma, irei, em passadas firmes e longas, caminhar no melhor sentido. Na verdade, este caminho, deverá ser estupendo e maravilhoso! Porque vou desenhá-lo na minha mente, com a maior exatidão de detalhes, e ter o máximo de cuidado na sua execução. Vou agarrar em tudo o que aprendi, em toda a minha experiência de vida e vou arquitectar o melhor caminho, que apenas a mim cabe percorrer, o meu caminho.
O Caminho até Santiago de Compostela, faz parte deste plano. Gosto da ideia de pôr em prática a caminhada. A vontade de percorrer o Caminho, teve inicio desde a primeira vez, em que ouvi falar sobre alguém que o tinha feito, depois chegou a certeza, de que um dia o iria percorrer. Foi exatamente no dia 1 de setembro deste ano, que tomei a decisão de fazer o Caminho de Santiago em 2024. Os preparativos começaram. São muitos. Quem já percorreu o Caminho sabe disso. Para mim, que é sempre tudo planeado ao milímetro, tenho de me esforçar para não permitir que se torne num inferno. E não se vai tornar.
Será como caminhar pelo céu, sentindo nuvens nos pés e plumas nas costas… :)
Para já, uma consulta médica para começar, garantindo, o máximo que conseguir, estar preparada fisicamente para esta jornada. Depois existe toda uma lista de tarefas e material de que vou precisar. Mas isto, ficará por descrever num outro artigo aqui neste blog :).
Se já foste, deixa dicas nas mensagens em baixo. Agradeço de <3.
Em relação aos vários campos da vida que desejo mudar, vou começar por visualizar como quero viver o meu dia a dia, e o que e quem, desejo ter à minha volta.
Esta visualização requer esforço, porque a nossa mente, tem dificuldade em concentrar-se numa tarefa dinâmica e auto-reparadora. Sim, disse auto-reparadora, porque nos podemos auto-reparar, auto-restaurar, auto-curar, etc.
Um amigo está sempre a dizer-me: -”Tu, podes fazer tudo o que quiseres. Faz o que gostas e trabalha muito. Treina sempre, sem parar. Tens de te esforçar muito. E nunca desistir.” Tenho outra amiga que diz: -”Se existe alguém neste mundo que o consegue fazer, essa pessoa és tu.”
Chego à conclusão, que a única pessoa que duvida de mim, sou eu própria. E porque duvido? Não vou sequer pensar na resposta. Porque ela não é importante.
O importante, é por cada vez, que o meu pensamento se desviar e se tornar auto-derrotista, vou voltar ao inicio, mas desta vez, não ao inicio da vida, mas sim ao inicio da partida, que é agora.
Vou ser, TEIMOSA! Vou insistir na vida que estou a construir, com cada passo que der. Vou recomeçar, por cada vez que me distrair e desviar. Vou ser como o bebé que está a aprender a andar e volta e meia cai, e logo de seguida, porque a sua vida depende disso, levanta-se e recomeça do ponto em que se levantou.
A teimosia nunca foi tão necessária como agora, apenas temos de saber aplicá-la em nosso proveito, na medida certa e no momento em que deve ser aplicada.
A cada dia, faço mais e mais coisas de que gosto muito. Faço sem grandes preocupações, porque na verdade, posso, podemos, fazer tudo o que quisermos!
A organização de horário é muito importante, para conseguirmos separar e organizar as tarefas que são imprescindíveis cumprir, para garantir a nossa sobrevivência e o bem estar da nossa família e de todos os que nos rodeiam, e conseguir também, estruturar tempo para tudo o que pretendo concretizar no meu plano.
Ao domingo pego na agenda, e começo a estruturar, pelos dias da semana, o que e que horário, tenho para fazer todas essas tarefas e construção.
Uma coisa que devo aprender, é saber tranquilizar, em relação aos planos que nem sempre são cumpridos no tempo previsto. Por vezes acontecem imprevistos, ou simplesmente, por qualquer razão, não foi possível cumprir o que me tinha proposto, então aqui, devemos saber utilizar a paciência e a caridade. Sim, porque por vezes somos tão exigentes connosco próprios, que é preciso ser caridosos também, como com aquele bebé que cai enquanto aprende a andar. Se formos ver bem, esse bebé vai cair sempre ao longo da vida. Quem nunca deu um espalhanço em plena avenida? Eu então, passo a vida a escorregar e cair, hora escorrega, hora cai. Ó mulher desastrada! Bom, mas não vamos bater no bebé por cada vez que ele cai, certo? O que fazemos? Amparamos, e se for o caso, lembramos-lhe de que ele é perfeitamente capaz de se levantar, e que estamos ali com ele, para lhe dar a mão se ele precisar dela. Então, apenas temos de saber ser pacientes e caridosos com o bebé, cuidar de nós, como cuidaríamos desse alguém, que estaria ao nosso lado, a precisar de cuidados.
Hoje, vou planear como desejo que a minha semana corra, e melhor, vou planear como desejo vir a passar os meus próximos domingos e todos os dias da vida. Vou focar-me, em como quero que a minha vida seja. E por cada vez que desviar a minha atenção do que desejo, vou voltar ao ponto de partida, onde estava antes de me desviar. Vou escrever num papel, para nunca me esquecer, todos os meus desejos.
E na tua vida? O que gostas de fazer, ou gostarias de fazer? Quanto tempo no teu dia pensas nisso? Ainda te lembras do que gostavas de brincar quando eras criança?
Eu comecei por aí, quem eu sou, voltei inevitavelmente, às brincadeiras de criança, e encontrei-me por lá, ainda a brincar…
O mundo é teu, vive e faz o que gostas.
Até breve!