Sem saber
Estou sem saber. Sem saber o que escrever, sem ter o que contar.
Estou ausente e, no entanto, aqui estou. Faço frente, principalmente, faço frente ao que me deixa descontente, sem alento, que apenas é aparente, porque vivo e por dentro grito, um grito rebelde que é de gente, de gente que é crente e sabe o que quer.
Este desejo ardente que me queima por dentro! Este grito que escondo porque sei, ter o poder de fazer tremer montanhas e vales, até o edifício mais pesado, sairia zelado com a força do grito que me rebenta no peito.
Sem jeito fico, quando depois do grito me calar e todos ter de encarar. Todos me olham, sem chão.
A força é o tambor da vida!
A carroça que puxamos sem pensar, do pesar dos tempos, que nos aniquila a vontade, que nos cala, mas não para sempre. Um dia, o grito solta e o mundo rui, com um rugido animalesco, que de frente bate e arrasa, como um Torpedo silencioso, emergindo das profundezas do oceano, desconstrói, desmorona e afunda.
E depois?
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres
Cantiga d’Amor Radio Macau
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